Papo Copero: Como um podcast independente se tornou referência no Rio Grande do Sul

Papo Copero: Como um podcast independente se tornou referência no Rio Grande do Sul

O mercado de podcasts no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos anos, mas poucos projetos conseguem se destacar de forma orgânica, com estrutura enxuta e foco total em conteúdo. O Papo Copero é um desses casos.

Com mais de 10 milhões de visualizações e 32 mil inscritos no YouTube, o podcast se consolidou como um dos maiores mesacasts do Rio Grande do Sul. E o mais impressionante: o canal é tocado por apenas duas pessoas. Os apresentadores Felipe Camargo, pós-graduado em Marketing Digital, e Notag, um dos principais profissionais de audiovisual do estado e criador do canal NotagFut, são os nomes por trás de todo o processo.

Desde a escolha dos convidados até a edição dos cortes, tudo é feito por eles. Um trabalho de bastidor que vai muito além do "aperte o REC". São horas de planejamento, captação, pós-produção, escrita de títulos, thumbnails, estratégia de distribuição e gestão de comunidade. É conteúdo de ponta com estrutura independente.

O canal nasceu com uma proposta clara: dar voz a gremistas e personagens ligados ao Grêmio. Mas com o tempo, ousou ir além. Criou o quadro "Papo Copero com Rival", convidando torcedores e figuras de outros clubes — um movimento considerado ousado em uma região onde a rivalidade entre Grêmio e Inter é tão presente.

A partir disso, o programa se tornou mais do que um podcast de futebol. Já passaram pela mesa nomes como o músico Tavares (ex-Fresno), o rapper Mc Jean Paul, jornalistas como Farid Germano Filho e Baldasso, narradores como Paulo Brito e o saudoso Marco Antonio Pereira, além de humoristas como Arthur Petry e convidados de diversas áreas, incluindo religiosos.

A proposta do Papo Copero é simples: o time do convidado não é o centro da conversa, é apenas mais um elemento da sua história. A pluralidade de temas e perfis atrai uma audiência diversa, que valoriza boas histórias, bastidores e autenticidade.

Mesmo com todas as dificuldades, incluindo a perda total do estúdio devido às enchentes no Rio Grande do Sul, o projeto seguiu firme. As adaptações forçadas pela realidade trouxeram ainda mais engajamento, mostrando a força da comunidade criada em torno do canal.

Os números de 2025 são prova disso: mais de 4,7 milhões de visualizações, 13,5 mil novos inscritos e 356 mil horas assistidas. Crescimento constante, feito com consistência e autenticidade.

O Papo Copero é hoje um exemplo de como é possível construir relevância com poucos recursos, desde que se tenha propósito claro, linguagem própria e compromisso com quem assiste. Mais do que um podcast de futebol, é um espaço de conversa real, onde o que importa é a história de quem está do outro lado da mesa.